Lá estava eu sentando na minha carteira, assistindo à mais uma aula de matemática, quando iniciamos a parte de Geometria Plana. Após copiar vagarosamente tudo o que o professor escreveu no quadro, comecei a prestar atenção na sua explicação:
"A base de toda a geometria plana é o ponto. No entanto, o ponto é algo que não existe no nosso mundo, pois ele não possui uma definição."
Neste momento, minha mente despertou, como num estalo, e começou a se perguntar: "Hã? Como assim algo que não existe?". No entanto, preferi continuar ouvindo a explicação do professor para ver se ele tinha uma resposta coerente para essa pergunta.
"Por exemplo, imaginemos a seguinte pergunta: 'onde fulano mora?' Para alguém entender essa pergunta, ela precisa saber a definição de casa, de lugar e de pessoa. Se não souber nenhum desses, ficará difícil a compreensão. Podemos considerar o ponto como o príncipio de tudo. Logo, não existe uma definição para ele. Ele apenas é. Devemos considera-lo como uma convenção."
Ao ouvir tais palavras, imediatamente me lembrei de um outro assunto que tem por base esse princípio desconhecido, mas que não cabe a mim discutí-lo, pelo menos não agora. Seguindo o meu raciocínio, percebi que toda a base da geometria plana se baseia em algo puramente hipotético. É como se fosse um grande castelo de cartas. Se num futuro próximo algum matématico conseguir contestar isso com provas, todo o conhecimento que foi passado por gerações será tão verdadeiro quanto uma lenda urbana. Porém, até esse momento, devemos considerar essa hipótese como verdadeira e aceitá-la sem questionar, ou então questioná-la, mas com bases para tal afirmação.
Sendo assim, todos nós devemos nos lembrar que o tão "perfeito" conhecimento que a humanidade gosta de levantar como seu maior troféu é sustentando por um número sem fim de hipóteses. Tão frágil quanto nós mesmos. Porém, como é algo que toda a humanidade acredita ser verdade, acabamos aceitando como verdade também.
Então, aí vai uma dica: aceite sem questionar quando lhe falarem que algo é verdadeiro. Mas sempre se lembre que tudo, absolutamente tudo, pode ser contestado e que convenientemente você aceitou aquilo como verdadeiro, não que seja essencialmente. É só porque daria muito trabalho derrubar essas teses. E eu sou preguiçoso.
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