Após chegar em casa, a noite, com o único e simples objetivo de dormir, eu acendo a luz e me deparo com o novo aquário dentro de casa. Não sei quem foi que deu este peixe para a mamãe, mas tenho certeza que pensaria duas vezes antes de fazê-lo se soubesse do destino desse pobre animal. E o pior de tudo é que ela será teimosa o suficiente para não abrir mão do peixe e dirá ainda que tomará conta dele. E eu não quero um cadáver aqui em casa, mesmo que seja de um pequeno animal.
Então, apesar de estar cansado, vou à cozinha, tomo um pouco de água e penso se peixes podem comer trigo. Se não, este aqui em casa vai ter um problema, porque pão foi a primeira coisa que eu encontrei e a única que eu irei procurar. Ou ele come isso ou ele morre, já que provavelmente passou o dia inteiro sem comer. Após fazer algumas migalhas, vou até o aqúario e vejo o peixe inerte. Fico observando-o por alguns segundos, esperando alguma reação. Nada. Penso se o infeliz já morreu antes da hora. Apesar disto, fico jogando as migalhas dentro do aquário. Então, segundos depois, ele mexe uma parte da cauda. Pronto. É o suficiente para saber que ele está vivo.
Após me preparar pra dormir, volto pra cozinha e, no caminho, vejo o peixe dando voltas frenéticas pelo minúsculo aquário. Se peixes sentem emoções, aquele devia estar feliz com a sua primeira comida desde que chegou nesta casa. Ou então devia estar muito irritado porque algum idiota o acordou, apesar de não ter tocado no aquário, já que em toda loja deste tipo nas quais eu fui sempre vi um aviso: "Não toque no aquário!". Deve haver um motivo. Me explicaram também que não se deve fazer isso porque os peixes se assustam e isso faz mal pra saúde deles. Será que vendem comprimidos para dor de cabeça em tamanhos microscópicos também?
Amanhã vou tentar convencer a minha mãe de desistir da idéia de ter um peixe em casa, apesar de achar que seria mais fácil eu conseguir convencer o próprio peixe disso. Bom, não custa tentar.
Na manhã seguinte:
- Bom dia, filho!
- Bom dia
- Já viu o meu peixinho?
- Esse peixe vai morrer, mãe. A senhora não vai tomar conta dele.
- É claro que eu vou tomar conta.
- Assim como a senhora tomou conta de todas as rosas que a senhora recebeu. Pena que todas elas tenham morrido por ficarem dentro do mesmo vaso por várias semanas seguidas até ficarem da cor deste café.
- ... (ignorando)
- A senhora sabe todo o trabalho necessário para se manter um peixe vivo? Oxigenação da água, limpezas periódicas do aquário, regulação da incidência de luz, controle regular da alimentação, etc?
- ... (ignorando novamente). Ele não vai morrer.
- Então é melhor a senhora começar trocando a água, pois ela já está branca.
- É por causa da comida dele que eu dei ontem. Eu cheguei e vi ele parado. Aí eu comecei a mexer com ele até que ele se moveu. Ele ficou sozinho, o dia inteiro.
- O aquário não é tão grande assim.
- Eu vou comprar uns peixes pra fazerem companhia pra ele.
- Alguns peixes se atacam por territorialidade.
- Até os da mesma marca?
- Sim... até aqueles que tem o mesmo código de barras.
Desisto. É mais fácil eu ensinar matemática pro novo inquilino do que convencê-la de que está errada.
sábado, 8 de dezembro de 2007
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Poderia ter sido...
Dar a cara a tapa. É uma expressão curiosa , realmente. Após ouvi-la pela primeira vez, você a associa a ter coragem para ser criticado, para enfrentar obstáculos sem medo de se ferir. Porém, ao crescer um pouco mais, você entende o que talvez seja o verdadeiro significado desta expressão, ainda mais se você a sentiu na pele, literalmente falando, ou facialmente, dependendo da interpretação.
É uma variação da famosa "prefiro me arrepender do que eu fiz do que pelo o que eu deixei de fazer." Esta última eu considero um tanto quanto estúpida, já que ela não se aplica apenas ao campo de relacionamentos. Eu posso me arrepender pelo resto da minha vida por palavras que eu poderia ter controlado ou por ações que eu poderia ter evitado.
Agora, se você jogar essa frase apenas no campo das interações com o sexo oposto, então a idéia se torna apropriada. Muitos relacionamentos que poderiam ter iniciado simplesmente nunca existiram por causa do famoso medo de tentar. Talvez os dois fossem se casar, ter filhos e tudo o mais o que tinham direito, mas esse futuro jamais ocorreu porque nunca houve um primeiro passo.
Devo afirmar também que existem estradas de sentido único, que muitas vezes confundimos com estradas de sentido duplos e recíprocos. Porém, jamais saberemos se nunca formos até o final da estrada e descobrirmos se ela realmente volta. Se não voltar, beleza. Você não irá morrer por isso, a não ser que você seja um maluco suicida. O tempo é capaz de destruir obras muito maiores do que simples sentimentos. Logo, não deverá demorar muito.
Porém, se a estrada voltar, você irá sorrir sozinho na rua, e todos olharão pra você e pensarão que você é louco, mas o mundo ao seu redor será a sua última preocupação neste momento. E com razão. Você venceu seu medo e ganhou muito em troca desta façanha. Nada mais justo.
Mesmo que o seu carro quebre ao chegar no final da estrada, você saberá que nem tudo estará perdido. Aprendemos melhor com os nossos erros do que com os nossos acertos. E o que não nos mata, nos fortalece. Sendo assim, após aprender a lição, voltaremos mais fortes e confiantes, já que batemos lá no fundo do poço e voltamos.
Aprendemos que, nestes casos, a incerteza do "se" é muito pior do que a certeza do "não".
É uma variação da famosa "prefiro me arrepender do que eu fiz do que pelo o que eu deixei de fazer." Esta última eu considero um tanto quanto estúpida, já que ela não se aplica apenas ao campo de relacionamentos. Eu posso me arrepender pelo resto da minha vida por palavras que eu poderia ter controlado ou por ações que eu poderia ter evitado.
Agora, se você jogar essa frase apenas no campo das interações com o sexo oposto, então a idéia se torna apropriada. Muitos relacionamentos que poderiam ter iniciado simplesmente nunca existiram por causa do famoso medo de tentar. Talvez os dois fossem se casar, ter filhos e tudo o mais o que tinham direito, mas esse futuro jamais ocorreu porque nunca houve um primeiro passo.
Devo afirmar também que existem estradas de sentido único, que muitas vezes confundimos com estradas de sentido duplos e recíprocos. Porém, jamais saberemos se nunca formos até o final da estrada e descobrirmos se ela realmente volta. Se não voltar, beleza. Você não irá morrer por isso, a não ser que você seja um maluco suicida. O tempo é capaz de destruir obras muito maiores do que simples sentimentos. Logo, não deverá demorar muito.
Porém, se a estrada voltar, você irá sorrir sozinho na rua, e todos olharão pra você e pensarão que você é louco, mas o mundo ao seu redor será a sua última preocupação neste momento. E com razão. Você venceu seu medo e ganhou muito em troca desta façanha. Nada mais justo.
Mesmo que o seu carro quebre ao chegar no final da estrada, você saberá que nem tudo estará perdido. Aprendemos melhor com os nossos erros do que com os nossos acertos. E o que não nos mata, nos fortalece. Sendo assim, após aprender a lição, voltaremos mais fortes e confiantes, já que batemos lá no fundo do poço e voltamos.
Aprendemos que, nestes casos, a incerteza do "se" é muito pior do que a certeza do "não".
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Imutáveis
- Ei, Leandro, qual é o ônibus que eu pego pra ir lá pra Augo Montenegro?
- Augusto Montenegro?
- É.
- Em geral, os ônibus com a listra verde passam por lá. Tapanã Ver-O-Peso, Conj. Maguari, Icoaraci...
- Ah, tá. E onde é que eu pego?
- Aqui mesmo na Almirante.
- Tá
Minutos depois...
- Eu tenho que ir lá na Augo Montenegro pra pegar o meu título de eleitor que foram pedir lá em casa. Uma mulher chegou lá, falou não sei o quê, dizendo que tinha que pegar o meu título de eleitor pra fazer não sei o quê pra ajudar os bairros mais pobres de Belém.
- E... a senhora simplesmente entregou?
- Entreguei. Só que isso faz duas semanas e ela não veio devolver ainda.
- Hum... então parece que a senhora vai ter que ir lá buscar mesmo.
- Pois é. Ela falou que ela mora na Augo Montenegro perto de um posto de gasolina, numa casa azul, perto de sei lá o quê, uma comunidade parece.
- A senhora não tem o endereço?
- É esse que eu to falando.
- Hum... olha... a senhora tá com um problemão. Existem vários postos de gasolina na Augusto Montenegro. A senhora realmente entregou o título de eleitor pra alguém desconhecido?
- Ela falou que era de um serviço que fazia sei lá o quê que ia ajudar os bairros mais carentes de Belém, parece.
- Mas esse é o problema: ela não se identificou. E por mais que tivesse se identificado, a senhora deveria pegar algum número de contato, no mínimo o endereço. Pedia pra ela anotar num papel e deixar com a senhora, algum cartão, algo físico.
- Pois é. Mas ela até pediu o meu CPF, mas não estava com ele na hora. Então ela levou só o título de eleitor.
- Porque ela não pegou apenas o número dos documentos?
- Ela falou que precisava do documento pra fazer sei lá o quê.
- Ah... tá. (Isso é muito esclarecedor, realmente).
- Mas eu entreguei porque a vizinha falou que ela era de confiança, que ajudava as pessoas mesmo.
- A senhora conhece essa vizinha?
- Conheço.
- Então vá falar com ela. Peça o endereço exato dessa mulher e peça também para ela anotar, só pra ajudar caso a senhora esqueça...
- Mas essa mulher levou os documentos de todas as pessoas da rua. Foi por isso que eu entreguei. Se ela for dar o calote, eu não vou sozinha pro fogo.
- ... (um raciocínio extremamente lógico, coerente e inteligente. Pena que eu seja tão estúpido a ponto de não comprêende-lo.)
- Eu ia lá agora procurar pela casa dela, mas acho melhor voltar pra casa.
- Eu também. ("A coragem está na ignorância". Faz sentido)
- E o pior é que depois eu fiquei pensando: como é que eu pude ser tão besta?
- Acontece...
- E depois eu falei pro meu marido. Pra quê? Ele esculhambou comigo: "Tu tá doida? Como é que tu vai entregar o teu título pra alguém que tu nem conhece? Quer dizer que se chegar alguém aqui e pedir algo, tu vai entregar?". Aí eu falei: "Claro que não! Eu não to doida".
- ... (hahahahahahahahaha)
- Aí ele continuou falando: "Tu acha mesmo que alguém vai ter dinheiro pra dar uma cesta básica pra cada morador daqui?"
- ... (Esse cara está no meu time.)
- Mas eu falei que a mulher ia devolver. Aí ele ficou calado, só me olhando.
- ... ("Não tem jeito mesmo". Acho que ele deve ter pensado isso. Eu pensei, pelo menos). Mas ela ainda não devolveu, não é?
- Não. Ele perguntou ontem: "E cadê a mulher? Já veio devolver?". Eu falei que não e ele começou a me esculhambar de novo.
- Pois é. Volte pra casa, fale com a sua viznha, peça pra ela anotar num papel o endereço desta mulher e, se tiver, um número de contato também. Depois a senhora me traga e eu verei onde é.
-Ah, tá.
- Augusto Montenegro?
- É.
- Em geral, os ônibus com a listra verde passam por lá. Tapanã Ver-O-Peso, Conj. Maguari, Icoaraci...
- Ah, tá. E onde é que eu pego?
- Aqui mesmo na Almirante.
- Tá
Minutos depois...
- Eu tenho que ir lá na Augo Montenegro pra pegar o meu título de eleitor que foram pedir lá em casa. Uma mulher chegou lá, falou não sei o quê, dizendo que tinha que pegar o meu título de eleitor pra fazer não sei o quê pra ajudar os bairros mais pobres de Belém.
- E... a senhora simplesmente entregou?
- Entreguei. Só que isso faz duas semanas e ela não veio devolver ainda.
- Hum... então parece que a senhora vai ter que ir lá buscar mesmo.
- Pois é. Ela falou que ela mora na Augo Montenegro perto de um posto de gasolina, numa casa azul, perto de sei lá o quê, uma comunidade parece.
- A senhora não tem o endereço?
- É esse que eu to falando.
- Hum... olha... a senhora tá com um problemão. Existem vários postos de gasolina na Augusto Montenegro. A senhora realmente entregou o título de eleitor pra alguém desconhecido?
- Ela falou que era de um serviço que fazia sei lá o quê que ia ajudar os bairros mais carentes de Belém, parece.
- Mas esse é o problema: ela não se identificou. E por mais que tivesse se identificado, a senhora deveria pegar algum número de contato, no mínimo o endereço. Pedia pra ela anotar num papel e deixar com a senhora, algum cartão, algo físico.
- Pois é. Mas ela até pediu o meu CPF, mas não estava com ele na hora. Então ela levou só o título de eleitor.
- Porque ela não pegou apenas o número dos documentos?
- Ela falou que precisava do documento pra fazer sei lá o quê.
- Ah... tá. (Isso é muito esclarecedor, realmente).
- Mas eu entreguei porque a vizinha falou que ela era de confiança, que ajudava as pessoas mesmo.
- A senhora conhece essa vizinha?
- Conheço.
- Então vá falar com ela. Peça o endereço exato dessa mulher e peça também para ela anotar, só pra ajudar caso a senhora esqueça...
- Mas essa mulher levou os documentos de todas as pessoas da rua. Foi por isso que eu entreguei. Se ela for dar o calote, eu não vou sozinha pro fogo.
- ... (um raciocínio extremamente lógico, coerente e inteligente. Pena que eu seja tão estúpido a ponto de não comprêende-lo.)
- Eu ia lá agora procurar pela casa dela, mas acho melhor voltar pra casa.
- Eu também. ("A coragem está na ignorância". Faz sentido)
- E o pior é que depois eu fiquei pensando: como é que eu pude ser tão besta?
- Acontece...
- E depois eu falei pro meu marido. Pra quê? Ele esculhambou comigo: "Tu tá doida? Como é que tu vai entregar o teu título pra alguém que tu nem conhece? Quer dizer que se chegar alguém aqui e pedir algo, tu vai entregar?". Aí eu falei: "Claro que não! Eu não to doida".
- ... (hahahahahahahahaha)
- Aí ele continuou falando: "Tu acha mesmo que alguém vai ter dinheiro pra dar uma cesta básica pra cada morador daqui?"
- ... (Esse cara está no meu time.)
- Mas eu falei que a mulher ia devolver. Aí ele ficou calado, só me olhando.
- ... ("Não tem jeito mesmo". Acho que ele deve ter pensado isso. Eu pensei, pelo menos). Mas ela ainda não devolveu, não é?
- Não. Ele perguntou ontem: "E cadê a mulher? Já veio devolver?". Eu falei que não e ele começou a me esculhambar de novo.
- Pois é. Volte pra casa, fale com a sua viznha, peça pra ela anotar num papel o endereço desta mulher e, se tiver, um número de contato também. Depois a senhora me traga e eu verei onde é.
-Ah, tá.
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Aliens
Certa vez, estava lavando a minha mão no banheiro de um shopping quando percebi um cara batendo naquela máquina de secar a mão, que não estava funcionando. Então, do nada (do nada mesmo) surge um cara e fala:
"Os caras economizam papel, mas gastam energia"
E ele falou isso cheio de pompa, como se fosse um phd em economia. O cara desistiu de bater na máquina e foi embora. Na hora eu pensei: "Você tem razão. Os caras estão gastando energia, que hoje em dia pode ser obtida de várias formas, algumas até não muito agressivas ao meio ambiente, e economizando papel, que é proveniente do corte de milhares de árvores, que ajudam a combater o aquecimento global que está destruindo o nosso o planeta. Realmente, os caras que colocaram essa máquina aqui são uns idiotas."
Porém, evito ao máximo julgar alguém por causa de simples comentários ou aparência. Sendo assim, pensei também: "calma, Leandro, esse cara pode ser apenas alguém que acabou de chegar de outro planeta e não sabe sobre o problema que o aquecimento global está causando. Ou então ele não sabe que o papel é adquirido da árvore. Vai saber..."
Então, conformando-me com o último pensamento, me aproximo da máquina e percebo que ela não está quebrada. Era só aproximar um pouco mais a mão da saída de ar. E, enquanto eu seco as minhas mãos, consigo ler claramente a seguinte mensagem na máquina:
"Ao utilizar esta máquina, você está evitando o corte de centenas de árvores, contribuindo para preservar o nosso patrimônio ambiental e o nosso ecossistema."
Rio da minha própria esperança e penso: "Não sei qual o pior: um idiota que sabe ler mas não quer, ou um imbecil que, por não analisar melhor ou tentar mais vezes, acaba desistindo do que poderia ter ou fazer."
"Os caras economizam papel, mas gastam energia"
E ele falou isso cheio de pompa, como se fosse um phd em economia. O cara desistiu de bater na máquina e foi embora. Na hora eu pensei: "Você tem razão. Os caras estão gastando energia, que hoje em dia pode ser obtida de várias formas, algumas até não muito agressivas ao meio ambiente, e economizando papel, que é proveniente do corte de milhares de árvores, que ajudam a combater o aquecimento global que está destruindo o nosso o planeta. Realmente, os caras que colocaram essa máquina aqui são uns idiotas."
Porém, evito ao máximo julgar alguém por causa de simples comentários ou aparência. Sendo assim, pensei também: "calma, Leandro, esse cara pode ser apenas alguém que acabou de chegar de outro planeta e não sabe sobre o problema que o aquecimento global está causando. Ou então ele não sabe que o papel é adquirido da árvore. Vai saber..."
Então, conformando-me com o último pensamento, me aproximo da máquina e percebo que ela não está quebrada. Era só aproximar um pouco mais a mão da saída de ar. E, enquanto eu seco as minhas mãos, consigo ler claramente a seguinte mensagem na máquina:
"Ao utilizar esta máquina, você está evitando o corte de centenas de árvores, contribuindo para preservar o nosso patrimônio ambiental e o nosso ecossistema."
Rio da minha própria esperança e penso: "Não sei qual o pior: um idiota que sabe ler mas não quer, ou um imbecil que, por não analisar melhor ou tentar mais vezes, acaba desistindo do que poderia ter ou fazer."
Verdades absolutas
Lá estava eu sentando na minha carteira, assistindo à mais uma aula de matemática, quando iniciamos a parte de Geometria Plana. Após copiar vagarosamente tudo o que o professor escreveu no quadro, comecei a prestar atenção na sua explicação:
"A base de toda a geometria plana é o ponto. No entanto, o ponto é algo que não existe no nosso mundo, pois ele não possui uma definição."
Neste momento, minha mente despertou, como num estalo, e começou a se perguntar: "Hã? Como assim algo que não existe?". No entanto, preferi continuar ouvindo a explicação do professor para ver se ele tinha uma resposta coerente para essa pergunta.
"Por exemplo, imaginemos a seguinte pergunta: 'onde fulano mora?' Para alguém entender essa pergunta, ela precisa saber a definição de casa, de lugar e de pessoa. Se não souber nenhum desses, ficará difícil a compreensão. Podemos considerar o ponto como o príncipio de tudo. Logo, não existe uma definição para ele. Ele apenas é. Devemos considera-lo como uma convenção."
Ao ouvir tais palavras, imediatamente me lembrei de um outro assunto que tem por base esse princípio desconhecido, mas que não cabe a mim discutí-lo, pelo menos não agora. Seguindo o meu raciocínio, percebi que toda a base da geometria plana se baseia em algo puramente hipotético. É como se fosse um grande castelo de cartas. Se num futuro próximo algum matématico conseguir contestar isso com provas, todo o conhecimento que foi passado por gerações será tão verdadeiro quanto uma lenda urbana. Porém, até esse momento, devemos considerar essa hipótese como verdadeira e aceitá-la sem questionar, ou então questioná-la, mas com bases para tal afirmação.
Sendo assim, todos nós devemos nos lembrar que o tão "perfeito" conhecimento que a humanidade gosta de levantar como seu maior troféu é sustentando por um número sem fim de hipóteses. Tão frágil quanto nós mesmos. Porém, como é algo que toda a humanidade acredita ser verdade, acabamos aceitando como verdade também.
Então, aí vai uma dica: aceite sem questionar quando lhe falarem que algo é verdadeiro. Mas sempre se lembre que tudo, absolutamente tudo, pode ser contestado e que convenientemente você aceitou aquilo como verdadeiro, não que seja essencialmente. É só porque daria muito trabalho derrubar essas teses. E eu sou preguiçoso.
"A base de toda a geometria plana é o ponto. No entanto, o ponto é algo que não existe no nosso mundo, pois ele não possui uma definição."
Neste momento, minha mente despertou, como num estalo, e começou a se perguntar: "Hã? Como assim algo que não existe?". No entanto, preferi continuar ouvindo a explicação do professor para ver se ele tinha uma resposta coerente para essa pergunta.
"Por exemplo, imaginemos a seguinte pergunta: 'onde fulano mora?' Para alguém entender essa pergunta, ela precisa saber a definição de casa, de lugar e de pessoa. Se não souber nenhum desses, ficará difícil a compreensão. Podemos considerar o ponto como o príncipio de tudo. Logo, não existe uma definição para ele. Ele apenas é. Devemos considera-lo como uma convenção."
Ao ouvir tais palavras, imediatamente me lembrei de um outro assunto que tem por base esse princípio desconhecido, mas que não cabe a mim discutí-lo, pelo menos não agora. Seguindo o meu raciocínio, percebi que toda a base da geometria plana se baseia em algo puramente hipotético. É como se fosse um grande castelo de cartas. Se num futuro próximo algum matématico conseguir contestar isso com provas, todo o conhecimento que foi passado por gerações será tão verdadeiro quanto uma lenda urbana. Porém, até esse momento, devemos considerar essa hipótese como verdadeira e aceitá-la sem questionar, ou então questioná-la, mas com bases para tal afirmação.
Sendo assim, todos nós devemos nos lembrar que o tão "perfeito" conhecimento que a humanidade gosta de levantar como seu maior troféu é sustentando por um número sem fim de hipóteses. Tão frágil quanto nós mesmos. Porém, como é algo que toda a humanidade acredita ser verdade, acabamos aceitando como verdade também.
Então, aí vai uma dica: aceite sem questionar quando lhe falarem que algo é verdadeiro. Mas sempre se lembre que tudo, absolutamente tudo, pode ser contestado e que convenientemente você aceitou aquilo como verdadeiro, não que seja essencialmente. É só porque daria muito trabalho derrubar essas teses. E eu sou preguiçoso.
sábado, 18 de agosto de 2007
Uma breve explicação
Certa vez, entre o meu grupo de amigos, surgiu a expressão "Revelações Delirantes". Não lembro exatamente quem a usou pela primeira vez e muito menos quando, mas esse conceito me caiu como uma luva agora.
Até hoje, usamos essa expressão para designar idéias úteis ou deduções brilhantes que surgem do nada. Quando menos se espera, elas aparecem. Muito parecido com os insights da psicologia, com suas múltiplas definições e, mesmo com esse problema, de fácil compreensão.
A partir disto, posso dizer que postarei aqui essas idéias que surgem do nada dentro da minha cabeça, sejam elas úteis ou não. Afinal de contas, posso ter uma idéia brilhante, mas sobre um tema extremamente inútil. Mas como o blog é meu, eu vou postar o que quiser nesse negócio aqui também.
Dito isto, espero escrever aqui com uma relativa frequência. Se não conseguir, não tem problema, já que o site não é deletado por falta de uso.
Então, até a próxima reveleção delirante.
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